Vamos comemorar o 492º aniversário da reforma Protestante

Lutero com coragem defendendo os ideiais reformados diante da Igreja Romana da época.

Este mês no dia 31/10/09 completamos 492 anos que Martinho Lutero fixou na Catedral de Wittenberg as 95 teses contra a venda das chamadas indulgências, documentos oficiais da igreja que garantiam ao seu portador o perdão dos pecados.
Dizia-se pelos pregadores Católicos mais “vorazes”para vender as indulgências que até mesmo o pecado de, caso fosse possível, se ter violentado a “Mãe de Jesus” seria perdoado através da compra da indulgência.
Hoje comemoramos o levantar deste homem que marcou e mudou a história através de sua voz de protesto. Alegramos-nos com o fato de alguém ter tido coragem de se levantar contra um sistema religioso opressor que denegria e explorava o fiel, ainda que isto lhe pudesse custar a própria vida.Seria comico se não fosse trágico hoje algumas igrejas neo-pentecostais estão voltando a venda de indulgências ,comemorar esta data, porém não deve ser com festa, apenas. Vemos a história repetir-se, com falsos pastores mercenários, que visam mais o seu sucesso, fama, poder e glória financeira do que o bem de suas ovelhas. Homens que assim como os bispos da época de Lutero, fizeram do dinheiro o centro de suas pregações, e mostraram uma vida e prática chamada “cristã” mais focada na realização financeira do que na prática da justiça e implantação do Reino de Deus. Homens que mercadejam o favor de Deus em troca de dízimos e ofertas, assim como era feito com as indulgências. Dizem ao povo que “serão abençoados e bem-sucedidos em tudo o quanto fizerem, desde que abram seus corações e contribuam com a obra de Deus”. Vendem a paz por um preço pesado para quem paga mas insignificante e irrisório perto de seu valor real, o valor da cruz de Cristo.
Assistimos hoje à mesma peça, porém com outros atores: saem os bispos autoritários e amedrontadores e entram pastores muitas vezes carismáticos e sorridentes; sai a indulgência e entram os dízimos e as ofertas, praticados por estes de forma no mínimo abusiva.
Comemoremos então o aniversário da Reforma Protestante, nos perguntado se somos de fato filhos deste ato de Lutero e de seus predecessores. Não ajamos de forma contrária àquela que agiu o grande reformador, mas saibamos que a nossa consciência e protesto contra toda esta exploração da ingenuidade de pessoas religiosamente bem intencionadas terá, como teve com Lutero, sua culminação em algum momento.

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