Não declaração de fé...

Vivemos em um tempo estranho (passamos daquilo que Francis Schaeffer denomina “linha do desespero”) onde o “não” significa “sim”, o “sim”, talvez” e o “talvez”, “quem sabe, pode ser, passa lá em casa para tomar um café”, resolvo fazer uma confissão de fé diferente. Faço uma confissão de não-fé.


Não creio que o Espírito Santo mude de ideia a cada seis meses, feito barata tonta, teleguiado por gente com desejos inconfessáveis.
Não creio na autoridade bíblica de pessoas que não se submetem a outros, em atitude de total arrogância e prepotência, fazendo do espelho e do afago bajulador os melhores aliados.

Não creio que Deus tenha eleito pessoas especiais dentro de sua eleição salvadora. Tropa de elite é coisa só de filme, ou de polícia.

Não creio que o ego ou o espelho sejam padrão e medida para a espiritualidade e conduta na vida cristã de outros. Se temos a Bíblia como fonte inesgotável de sabedoria, qualquer tentativa de ir além disso é confissão de farisaísmo.

Não creio em barganhas com Deus. Se eu fosse abençoado única e exclusivamente com a salvação eterna, sem nenhuma bênção aqui na terra, ainda assim teria muito o que agradecer. Afinal, Deus salva e abençoa não por obrigação e pressão, mas por amor e misericórdia.
Vou terminar minha declaração de não-fé com uma declaração de esperança: “Creio e espero que Deus, em sua infinita graça, venha restaurar os corações e as mentes da igreja evangélica brasileira, tornando-a saudável e livrando de seus tumores e mau humores. Derrama sua graça sobre nós, Senhor!”.


• Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997.

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