O batismo de crianças, filhos de crentes (prática às vezes denominada pedobatismo), na convicção de que essa prática está de acordo com a vontade revelada de Deus, tem sido a prática histórica de muitas Igrejas. Contudo, a comunidade batista em todo o mundo - que inclui notáveis pensadores Reformados - discorda dessa pratica.
Os batistas insistem em que a filiação a uma igreja local é só para aqueles que publicamente declararam sua fé pessoal. O argumento freqüentemente inclui a alegação de que Cristo instituiu o batismo primeiramente como uma profissão pública de fé e de que essa profissão é parte da definição de batismo, resultando disso que o batismo infantil, na verdade, não é realmente batismo. Com base nisso, as igrejas batistas rebatizam as pessoas que professam a fé, mesmo que já tenham sido batizadas na infância, pois, do ponto de vista dos batistas, essas pessoas nunca foram batizadas. A teologia histórica Reformada contesta o ponto de vista de que somente o batismo de crentes adultos é verdadeiro batismo e rejeita a exclusão de filhos de crentes da comunidade invisível da fé. Essas diferenças relacionadas com a natureza da Igreja visível constituem o pano de fundo de todas as discussões sobre o batismo infantil.
A prática do batismo infantil não é nem prescrita nem proibida no Novo Testamento, nem é explicitamente ilustrada (ainda que alguns defendam que a referência ao batismo de alguém com toda a sua casa provavelmente inclua batismos de crianças e recém-nascidos). Mais precisamente, o argumento bíblico para o batismo das crianças dos crentes se apóia no paralelo entre a circuncisão, do Antigo Testamento, e o batismo, do Novo Testamento, como sinais e selos da aliança da graça (Gn 17.11; Rm 4.11; CI 2.11-12), e na alegação de que o princípio da solidariedade familiar na comunidade da aliança (a Igreja, como é agora chamada) não foi afetado pela transição da "velha" para a "nova" forma da aliança de Deus, realizada pela vinda de Cristo. As crianças dos crentes gozam do status de filhos da aliança e, portanto, devem ser batizadas, do mesmo modo que os filhos meninos dos judeus eram anteriormente circuncidados. O precedente do Antigo Testamento exige essa prática, e não há instruções divinas revogando esse princípio.
Posterior evidência de que o princípio da solidariedade familiar continua no período do Novo Testamento é encontrada em 1 Co 7.14, onde Paulo nota que mesmo os filhos de casais em que apenas um cônjuge é cristão são, do ponto de vista dos relacionamentos e da aliança, santos (isto é, são separados para Deus junto com a mãe ou pai cristão). Assim, o principio de solidariedade entre pais e filhos anda permanece, como também Pedro declara no seu sermão, no dia do Pentecostes (At 2.39). E, se as crianças são consideradas membros da comunidade visível da aliança junto com seus pais, é apropriado dar-lhes o sinal de status da aliança e do lugar delas na comunidade da aliança; de fato, seria impróprio para a Igreja negar-lhes esse sinal. A justeza dessa pratica e demonstrada pelo fato de, quando a circuncisão era o sina de status de a lança e sina a inclusão na comunidade, Deus haver ordenado que ela tosse aplicada aos meninos (Gn 17.9-14).
Contra esses argumentos, os batistas alegam, primeiro, que a circuncisão era: primariamente, um sinal da identidade étnica dos judeus e, por isso, um paralelo entre a circuncisão e o Batismo cristão não é correto; em segundo lugar, alegam que, sob a nova aliança, a exigência da fé pessoal antes do Batismo é absoluta; em terceiro lugar, alegam que as práticas não reconhecidas e não aprovadas explicitamente nas Escrituras não devem ser adotadas na vida da Igreja.
Certamente, todo membro adulto da Igreja deve professar a fé pessoalmente diante da Igreja. As comunidades que batizam crianças providenciam para que isso ocorra na confirmação ou algo equivalente. A educação cristã de crianças batistas e de crianças batizadas na infância é semelhante: são dedicadas a Deus na infância, ou pelo batismo, ou mediante rito de consagração; são orientadas a viverem para o Senhor e conduzidas ao ponto de fazerem sua pública profissão de fé, pela confirmação ou pelo batismo. Depois disso, desfrutarão do status de plenos comungantes. O debate que se trava não é sobre a educação cristã das crianças, mas sobre a maneira e Deus definir a Igreja.
Diz-se, às vezes, que o batismo infantil leva a uma falsa presunção e que o rito, por si mesmo, garante a salvação da criança. Na ausência de instruções bíblicas sobre o significado do Batismo, essa infeliz conclusão é possível. Deve-se lembrar, no entanto, que uma tal má compreensão é igualmente possível no caso de batismo de adulto crente.
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