Um breve guia multitemático para ajudar o evangélico num ativismo conservador de orientação judaico-cristã
Julio
Severo
A natureza de um conservador evangélico pode se
estender num debate que vai desde teologia até política. É um debate
inesgotável, onde alguns poderiam, do lado de igrejas históricas como a
presbiteriana, argumentar que o conservadorismo é sinônimo de tradicionalismo
eclesiástico: proibição de bater palmas nos cultos, de falar em línguas, de
profetizar, de dançar no Espírito, etc.
Do lado pentecostal, especialmente na maior
denominação evangélica do Brasil — a Assembleia de Deus —, o conservadorismo
poderia ser interpretado como uma questão meramente de costumes: proibição de
calças compridas, batons e corte de cabelo para as mulheres, etc.
Mas o conservadorismo do qual irei tratar não tem
relação nenhuma com o tradicionalismo eclesiástico nem com os costumes
pentecostais.
Conservadorismo, na minha visão, é um ativismo de
natureza moral, espiritual e política para conservar, ou preservar, valores que
possam minimamente manter uma sociedade em condições de liberdade de adoração a
Deus, vida, família, trabalho, segurança e propriedade.
Onde podemos encontrar um modelo ideal de ativismo conservador
em prol de valores que precisam ser preservados?
Pelo fato de que temos uma identidade evangélica
grandemente moldada pela influência do trabalho missionário oriundo dos Estados
Unidos, outrora a maior nação evangélica do mundo, nada mais correto do que
voltarmos os olhos para esse ‘berço,’ que dispunha e ainda dispõe de muitos
exemplos práticos de um conservadorismo evangélico que possa atender às
necessidades de cristãos desde tradicionalistas até pentecostais e
neopentecostais.
Anthony Comstock versus Margaret Sanger
O maior
exemplo é Anthony Comstock (1844-1915), um evangélico
americano que tinha um cargo governamental em que ele tinha autoridade para
combater a pornografia, o aborto, a contracepção e até mesmo a bruxaria na
sociedade americana. Ele só não combatia a agenda homossexual porque esse ativismo
pervertido não existia na época dele. Se existisse, seria mais um mal na lista
dele de problemas a serem confrontados e derrotados. Comstock foi o primeiro
ativista pró-vida e pró-família da história moderna.
Anthony Comstock |
O ativismo conservador de Comstock teve tanto sucesso
que Sanger, que desde o início do século XX trabalhava para espalhar seu
‘evangelho’ abortista, contraceptivo e socialista, teve de fugir dos EUA,
depois de ser encurralada por uma infinidade de processos e intimações.
Enquanto Comstock estava vivo, o ativismo pró-cultura da morte de Sanger não
conseguia avançar. Ela só voltou aos EUA depois da morte de Comstock.
Para os modernos defensores do aborto, contracepção e
socialismo, Sanger foi uma heroína, ‘vítima’ da perseguição de um ‘carrasco’,
um ‘censor’ e um evangélico ‘fanático.’
Mas para os evangélicos de hoje, que enfrentam em
graus muito mais elevados os mesmos problemas que a sociedade majoritariamente
evangélica dos EUA já estava enfrentando mais de 100 anos atrás, Comstock é um
exemplo de que o ativismo conservador evangélico pode trazer grandes benefícios
para a sociedade.
Se queremos então combater a cultura da morte do
aborto, contracepção, pornografia e socialismo como Comstock fez, temos de
adotar o conservadorismo evangélico num ativismo que faça diferença moral,
espiritual, social e política.
O que não é conservadorismo evangélico
Contudo, para entender qual nossa missão como
ativistas cristãos, precisamos compreender o que não é conservadorismo.
Conservadorismo
evangélico não substitui o papel vital do evangelismo. Se
você vive o chamado de Jesus de pregar o Evangelho e discipular os convertidos,
o conservadorismo pode ser um excelente acessório para sua missão. Mas o
ativismo conservador não pode sufocar, nem substituir, o chamado maior do
seguidor de Jesus: pregar o Evangelho e produzir outros seguidores de Jesus.
Conservadorismo
evangélico não ajuda na salvação. Pregar o conservadorismo não
leva ninguém aos pés de Jesus e sua salvação. O conservadorismo, conforme
demonstrado no exemplo de Comstock, ajuda a preservar bons valores na
sociedade, para que seus cidadãos cuidem melhor de si mesmos sem se destruírem.
Mas sociedade moralmente saudável não é sinônimo de sociedade salva do inferno
eterno. Os cidadãos dessa sociedade moralmente saudável também precisam
conhecer o Evangelho e Jesus. Conservadorismo ajuda a trazer ‘salvação’ social
e é bom para a sociedade e cidadania, mas em nada contribui para a salvação
espiritual. Se o indivíduo passou a vida inteira lutando contra o aborto, a
contracepção, o socialismo e o feminismo, mas nunca conheceu Jesus e sua
salvação, ele vai passar a eternidade inteira com Margaret Sanger e Karl Marx.
Conservadorismo
evangélico não é ecumenismo. O movimento ecumênico busca
unificar cristãos e até não cristãos nos pontos religiosos em comum entre eles.
No seu ativismo em prol do bem-estar da família, o alvo do conservadorismo
evangélico não é tratar de unificação religiosa com base no enfraquecimento das
doutrinas essenciais da Bíblia. Entidades que fizeram isso caíram em apostasia
e socialismo. O Conselho Mundial de Igrejas, cujos líderes são adeptos da Teologia
da Missão Integral e Teologia
da Libertação, é só um exemplo de que o ecumenismo não funciona.
Por amor à ideologia socialista, muitos líderes da Teologia da Missão Integral
são ecumênicos e anti-Israel.
Uma das maiores denominações protestantes brasileiras adeptas do ecumenismo é a
Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), que tem líderes
proeminentes da Teologia da Libertação e líderes
proeminentes da Teologia da Missão Integral. A IECLB,
que é muito ligada à CNBB, é uma das igrejas mais ecumênicas e socialistas do
Brasil e, além disso, é aberta
ao ativismo homossexual. O ecumenismo leva à
apostasia. Portanto, a luta pró-vida e pró-família não pode incluir o
ecumenismo.
Conservadorismo
evangélico não é ultranacionalismo americano. Alguns
evangélicos confundem, pelo fato de que o ‘berço’ do evangélico brasileiro é em
grande parte o trabalho missionário dos EUA, o ativismo conservador com
ativismo pró-EUA, especialmente ligado ao Partido
Republicano, que não tem demonstrado um comportamento conservador evangélico.
As posturas e guerras do governo dos EUA não representam necessariamente o conservadorismo
evangélico. Até a época de Ronald Reagan, havia uma evidente distinção entre
EUA (império do capitalismo e protestantismo) e União Soviética (império do mal
e do comunismo). Como disse o escritor judeu conservador Don Feder, a expressão
pró-EUA tinha significado claro na época de Reagan. Significava “ser a favor do
governo representativo, a favor dos direitos humanos e a favor dos valores
americanos (judaico-cristãos).” Ele declara: “Hoje, significa uma disposição de
aceitar o ‘casamento’ homossexual, o aborto legal e uma ética cultural
anti-judaico-cristã.” Um exemplo dos efeitos negativos do ultranacionalismo americano
é as críticas de ativistas homossexuais, feministas, esquerdistas e direitistas
dos EUA ao Fórum
Internacional da Família Grande o Futuro da Humanidade,
realizado em Moscou em setembro de 2014, com a participação de líderes
pró-família de outras nações, inclusive dos EUA. Esquerdistas americanos
atacaram porque era um evento conservador. Ativistas homossexuais americanos
atacaram porque se opunha à agenda gay. Feministas americanas atacaram porque
era pró-vida. Direitistas americanos atacaram porque acham que Moscou não tem o
direito de realizar eventos pró-família. Todos
eles, ainda que de espectros ideológicos antagônicos, estavam sendo movidos
pelo ultranacionalismo americano.
Conservadorismo
evangélico não é apologética. O ramo teológico da
apologética é a defesa de doutrinas evangélicas. Se nós evangélicos quisermos
lutar contra o aborto, a contracepção, a agenda gay e a pornografia na
sociedade, teremos de evitar questões teológicas que comprometam a unidade na
luta pró-família e pró-vida. Se trouxermos para dentro dessa luta questões como
adoração a Maria, papel da Igreja, etc., teremos atrito com líderes pró-vida
ligados ao Vaticano e à Igreja Ortodoxa da Rússia. Não concordamos com ambas as
igrejas nem temos pretensão de uma união ecumênica com elas. Apesar disso,
lutaremos ao delas na defesa da família e da vida. No entanto, essa unidade não
deveria ser confundida com apoio evangélico às doutrinas do Vaticano e da
Igreja Ortodoxa. Se católicos e ortodoxos trouxerem a defesa de suas doutrinas
religiosas particulares para dentro do movimento pró-vida, teremos, como
evangélicos, de confrontá-los com nossa versão evangélica dos fatos. Esse
confronto é necessário, pois já existe uma tendência de certos setores
católicos radicais de igualar catolicismo com conservadorismo, fazendo parecer
que um evangélico, para se tornar um conservador perfeito, precisa ser
converter ao catolicismo, e alguns têm feito isso. Esses radicais muitas vezes
usam o conservadorismo como plataforma para promover ideias católicas,
inclusive louvor a Maria e à Inquisição.
Esses radicais, que promovem ao mesmo tempo uma catolicidade extremada com
ultranacionalismo americano, se esquecem de que os fundamentos conservadores
dos EUA são evangélicos, não católicos. Aliás, por causa da Inquisição, a sociedade
americana dos primeiros 350 anos depois dos Peregrinos era tão anticatólica
que, de
1867 a 1984, o governo dos EUA tinha cortado relações diplomáticas com o
Vaticano, receosos de conspirações dos jesuítas. As relações
só foram restabelecidas em 1984 por Ronald Reagan, que se uniu ao Papa João
Paulo II para derrubar a União Soviética. A luta anticomunista uniu a América
protestante com o Vaticano católico. Mas hoje eis que, por ironia ou não, a
unidade EUA-Vaticano se inverteu em seus propósitos originais: o governo americano
sob Obama e o papa jesuíta Francisco têm uma orientação e uma unidade inegavelmente
mais amistosa à ideologia de Karl Marx e Maomé. O Vaticano hoje é muito mais pró-socialismo
e pró-islamismo e os EUA são muito mais católicos e menos protestantes do que
100 anos atrás. É nessa união que o papa teve papel
decisivo no restabelecimento das relações diplomáticas do governo americano
socialista com a Cuba comunista. Devemos
lembrar esses fatos básicos aos católicos radicais, que insistem numa
propaganda enganosa de catolicismo como a última tábua de salvação do
conservadorismo. Se nem o governo americano pode ser considerado tábua de
salvação, como pode o Vaticano ser visto assim? A apologética evangélica só se
tornará necessária e fundamental no movimento conservador na medida em que
nossa unidade com católicos e ortodoxos for comprometida com usos e abusos em
prol de proselitismos. Não havendo isso, a apologética será desnecessária.
O que é conservadorismo evangélico
O que o conservador evangélico deveria defender? Qual
deveria ser o objetivo de seu ativismo?
O
conservadorismo evangélico tem compromisso com a defesa da vida.
O sacrifício de bebês, o qual no Antigo Testamento era dedicado a Baal e outros
sanguinários deuses pagãos, é o grande desafio para o conservador evangélico. A
ONU quer a legalização desse sacrifício e grandes fundações dos EUA trabalham
nessa direção, fazendo grandes investimentos no Brasil e outros países. Para
piorar, grandes igrejas protestantes do nosso ‘berço’ americano, em sua
crescente apostasia, adotam e ensinam doutrinas pró-aborto. O evangélico
conservador precisa combater essa influência, que parece
já ter afetado uma grande denominação neopentecostal
do Brasil: a Igreja Universal do Reino de Deus. Acima de tudo, ele precisa
combater o aborto. Ele precisa também conscientizar a população evangélica
acerca dos malefícios da contracepção, pois a mentalidade contraceptiva leva diretamente
à mentalidade anti-bebês e pró-aborto. A maior parte dos métodos contraceptivos
modernos foi inventada por Margaret Sanger e seus seguidores, e tem sido
incentivada e subsidiada por grandes governos, especialmente dos EUA, para
propósitos de controle e redução populacional. Esses propósitos tiveram um
efeito drástico na Europa, cujas populações cristãs estão sofrendo reduções
muito grandes, com pouco nascimentos de bebês, abrindo espaço para a invasão de
imigrantes islâmicos e seus milhares de bebês, que estão povoando a Europa e
mudarão em poucos anos o perfil étnico, cultural e religioso desse continente
outrora cristão. O caos demográfico europeu provocado pela ideologia de
controle da natalidade comprova um fato importante: Família grande como regra é
bênção social. Família pequena como regra é maldição para a sociedade. O
chamado planejamento familiar (que é um eufemismo para controle da natalidade),
que está destruindo o Ocidente cristão, é anti-vida, anti-bebês, anti-família e
anticristão e precisa ser combatido pelos cristãos. A Federação de Planejamento
Familiar (FPF) dos EUA foi fundada por Sanger e é hoje a maior entidade de
planejamento familiar dos EUA, disseminando a contracepção, o aborto e a
educação sexual pornográfica nas escolas. A FPF foi a grande vitoriosa na
legalização do aborto nos EUA em 1973 durante o governo republicano de Richard
Nixon. Desde 1973, o aborto legal assassinou mais de 54 milhões de bebês
americanos. Sanger foi também a fundadora da IPPF — infame sigla em inglês que
significa Federação Internacional de Planejamento Familiar —, que tem as mesmas
metas da FPF e tem grande influência na ONU. Os males de Sanger inundaram os
EUA e estão há décadas inundando o mundo inteiro através da IPPF. O conservador
evangélico precisa seguir o exemplo de Comstock e deter as obras — FPF e IPPF —
de Sanger.
O
conservadorismo evangélico tem compromisso com a defesa da família.
O direcionamento mundial, vindo da ONU e da ideologia socialista, é enfraquecer
o papel do pai de família e os direitos dos pais sobre os filhos nas questões
de autoridade, educação e saúde. Esse direcionamento quer colocar os filhos sob
a tutela do Estado. As medidas para enfraquecer a família são vastas, desde o
facilitamento do divórcio e da prostituição até a equiparação do casamento de
homem e mulher com o ‘casamento’ falsificado de um homem com outro homem. Outro
método destrutivo é a abrangente educação sexual pornográfica e imoral — que
inclui louvor à contracepção e às práticas homossexuais — das escolas e meios
de comunicação (melhor definidos como meios de desinformação). O conservador
evangélico precisa lutar contra as intromissões e intervenções estatais que
enfraquecem a família. Sobre o tamanho da família, o conservador evangélico
precisa defender e valorizar o modelo de Deus, o qual é a família grande como
bênção de Deus (cf. Salmo 127), em contraste com o modelo imposto pelo NSSM
200 e pela ONU de família pequena como ‘bênção’ da Nova
Ordem Mundial. O padrão da ONU e do NSSM
200 não deveria ser regra em nenhuma família evangélica.
O padrão de Deus não deveria ser exceção em nenhuma família evangélica.
O
conservadorismo evangélico tem compromisso com a defesa da educação escolar em
casa. Antes de existir o Estado, já existia a família. Antes
de existir escola pública, já existia educação através da Igreja e, antes da
Igreja, toda educação vinha da família. Portanto, é inaceitável que o Estado
interfira no direito da família de decidir e escolher a melhor educação para
seus filhos, seja educação particular, pública ou em casa. O Estado não tem o
direito de impor nenhuma modalidade de educação sobre a família. O conservador
evangélico precisa lutar para que o Estado não aja como um ditador contra a
família e contra o modo como os pais educam os filhos. Martinho Lutero (1483-1546),
o grande reformador cristão da Alemanha, disse: “Muito temo que as escolas
comprovarão ser as grandes portas do inferno, a menos que elas diligentemente
trabalhem para explicar as Santas Escrituras, gravando-as no coração dos
jovens.” Cada vez mais o que ele disse está se cumprindo, em grande escala nas
escolas públicas e em medida de certo modo menor em escolas particulares. A saída
para escapar das portas do inferno da educação pública imposta pelo Estado
autoritário é a educação escolar em casa ou a educação cristã particular de
qualidade. Portanto, o conservador evangélico precisa encorajar as igrejas
evangélicas a estabelecerem escolas cristãs particulares e desafiar as famílias
que podem a adotar a educação escolar em casa.
O
conservadorismo evangélico tem compromisso com a defesa da segurança da
família. Os primeiros missionários americanos que nos
evangelizavam vinham de uma cultura americana predominantemente evangélica onde
a compra e o porte de armas era tão normal quanto beber água. Devido à cultura
política e católica restritiva do Brasil, eles não tinham liberdade de ensinar
sobre a importância do porte de armas para a segurança dos cidadãos. O
conservador evangélico precisa resgatar essa visão, ajudando a libertar o povo
evangélico da antiga e arcaica mentalidade política e católica do Brasil
passado. Em países como Israel e Suíça, a violência social é mínima, pois
existe a compreensão de que a violência armada se combate com a defesa armada.
A família brasileira só terá mais segurança, diante da enorme onda de violência
que assola o país há décadas, depois que lhe for garantido e facilitado seu
direito de comprar, usar e portar armas e munições para sua defesa. Só um
lembrete para nós: o rei Davi que orava os Salmos que pediam proteção e
segurança de Deus também fazia a sua parte portando sempre uma espada, que era
uma arma mortífera. Portanto, o evangélico conservador precisa se opor a todas
as políticas estatais injustas que requerem o desarmamento da população civil
ou dificultam a compra, acesso e uso de armas.
O
conservadorismo evangélico tem compromisso com a defesa da propriedade privada.
O trabalhador tem direito de adquirir e manter, sem opressões de impostos, seu
próprio lugar para viver e trabalhar. Esse direito lhe é sufocado por um Estado
brasileiro inchado e pesado que lhe corrói os ganhos mediante impostos
exorbitantes e injustos. O conservador evangélico, em sua luta pelo bem-estar
da sociedade, precisa conscientizar o público evangélico a adotar um ativismo
para reduzir os impostos a uma taxa única de cerca de dez por cento. É
impossível ter uma sociedade saudável alicerçada no roubo, que é a obtenção de
20 por cento ou mais de impostos. Nenhum cidadão evangélico pode descansar
enquanto a carga opressiva de impostos não for reduzida para o mínimo
necessário para a segurança da sociedade. O patrimônio do cidadão também inclui
seu trabalho, que não deve ser alvo da rapinagem estatal por meio de impostos
ou leis intrusivas. Se o dono do trabalho e patrimônio não quer empregados de
conduta moralmente nociva, sua liberdade de escolha deve ser respeitada e garantida
e toda lei contra essa liberdade deve ser encarada como lei iníqua, injusta e
anárquica. Portanto, o evangélico conservador precisa se opor aos impostos
elevados e lutar para baixá-los.
O
conservadorismo evangélico tem compromisso com a defesa da caridade verdadeira.
Os pobres precisam de ajuda. Mas essa ajuda não deve vir pela força estatal
tirando, mediante impostos, do salário do trabalhador para supostamente dar
para quem não tem. Caridade forçada não é caridade. Caridade não é forçar os
outros, especialmente por meio do governo e suas leis de impostos, a fazer
pelos pobres o que nós queremos fazer. Caridade é nós mesmos darmos, sem
obrigar ninguém mais e sem usar o governo para forçar os outros. A verdadeira
caridade é sempre voluntária. Deus, que tem toda a autoridade de tirar dos
outros para dar para os pobres, nunca deu ordem ou instrução para os governos
fazerem isso no lugar dele. Por mais que haja pobreza num lugar, a caridade
deve sempre ser voluntária, não estatal. Aos evangélicos socialistas que
defendem o governo impondo, como um deus, a ‘caridade’ forçada por meio de
impostos, a melhor alternativa para os que aceitam essa visão socialista é o
governo remover uma parte do salário mensal apenas dos trabalhadores que voluntariamente
oferecem seus ganhos como sacrifício ao Estado. Ninguém, nem o Estado, tem o
direito de sacrificar os salários dos trabalhadores para propósitos que não
sejam a segurança social. A ‘caridade’ estatal sobrecarrega o trabalhador,
cortando seus ganhos e sufocando a caridade verdadeira. A caridade individual e
voluntária reflete amor e gera gratidão, que abençoa quem dá e quem recebe. Mas
a ‘caridade’ estatal nunca reflete amor e gera ingratidão em quem recebe, que
só quer mais e mais, e em quem é forçado a dar mediante impostos. A ‘caridade’
estatal só reflete a capacidade do governo de roubar em nome da compaixão. Portanto,
o evangélico conservador precisa se opor à ‘caridade’ estatal e encorajar a
caridade voluntária.
O
conservadorismo evangélico tem compromisso contra a Teologia da Missão Integral
(TMI). De longe, a
maior ameaça à Igreja Evangélica do Brasil é a TMI,
pois essa teologia é a versão protestante da marxista Teologia da Libertação.
Durante décadas, foi uma teologia incriticável pelos maiores teólogos do
Brasil, vivendo aconchegada no meio da elite evangélica. As críticas são
recentes, especialmente depois da publicação do meu livro “Teologia
da Libertação versus Teologia da Prosperidade.”
Antes desse livro, críticas
à TMI eram praticamente inexistentes. Depois,
houve conscientização positiva que possibilitou um crescimento de críticas
necessárias. Embora os promotores da TMI
aleguem defender a caridade para os pobres, seus teólogos muitas vezes vivem de
gordos salários do governo socialista do Brasil. É uma teologia das
igrejas históricas que se disfarça de “evangelho,” rejeitando
a solução pentecostal e neopentecostal de Deus para os pobres. Sua grande
paixão é o socialismo e o ecumenismo. Os promotores
da TMI também sabem disfarçar sua oposição a Israel.
Aliás, sabem disfarçar
muitas outras apostasias. A TMI precisa ser encarada
como a teologia mais nociva do Brasil e desmascarada de seu disfarce
‘evangélico,’ especialmente porque seus adeptos, de forma direta ou indireta,
têm uma atuação política e social ligada aos maiores promotores da cultura da
morte do aborto, contracepção, homossexualismo e socialismo. Portanto, o
conservador evangélico precisa lutar contra a TMI, conscientizando o maior
número possível de evangélicos que essa é apenas uma ideologia socialista disfarçada
de teologia.
Charles Finney |
O
conservadorismo evangélico tem compromisso prioritário com o chamado e força do
Espírito Santo. O exemplo de Charles Finney deveria ser suficiente
para nos inspirar a buscar a força do alto em todas as nossas atividades.
Johann Christoph Blumhardt (1805-1880), pastor luterano da Alemanha, teve um
ministério cheio de curas, libertações e milagres sobrenaturais depois de
buscar e experimentar a plenitude do Espirito Santo. Sem essa plenitude,
qualquer ministério ou ativismo é vazio, seco e oco. Com essa plenitude, Deus
usa os ativistas conservadores evangélicos para abençoar a sociedade. Portanto,
se o conservador evangélico ainda não tem, ele precisa buscar a plenitude do
Espirito Santo. Ele precisa ir sedento à presença de Jesus e dizer que quer ser
imerso, batizado e cheio do Espírito. O resto, em sua jornada cristã e
conservadora, será curas, libertações, milagres e direções sobrenaturais.
O
conservadorismo evangélico tem compromisso somente com o capitalismo de
fundamentos judaico-cristãos. O teólogo João
Calvino é considerado o fundador do capitalismo,
embora muitos líderes calvinistas modernos prefiram o socialismo. O Dr. D.
James Kennedy, pastor principal da Igreja Presbiteriana Coral Ridge na Flórida,
disse: “Calvino trouxe à luz a livre empresa e o capitalismo que temos hoje nos
EUA. Ele é chamado de fundador do capitalismo por Max Weber e Ernest
Troeltsch.” Os EUA se tornaram poderosos nesses dois princípios: capitalista e
evangélico (especialmente calvinista). John Adams (1735-1826), segundo presidente
dos Estados Unidos, deu a chave para entendermos como deve funcionar o
capitalismo. Ele disse: “Nossa Constituição foi feita para um povo cristão e
com valores morais. Ela é totalmente inútil para o governo de um povo sem esses
princípios”. Podemos também dizer que o capitalismo foi feito para um povo cristão
e com valores morais. Ele é totalmente inútil para um país e um povo sem esses
princípios. Sem esses princípios, esse sistema econômico vira ganância e
exploração. O capitalismo defendido por Calvino tinha nítidos fundamentos
judaico-cristãos. Capitalismo sem esses fundamentos não é melhor do que o
socialismo. Aliás, o capitalismo pode conviver muito bem com o socialismo, como
comprova a China, onde o capitalismo se tornou o motor do crescimento da
ideologia socialista, e como comprova Israel, onde iniciativas
empresariais de ponta convivem com grandes paradas gays, aborto legalizado e
feminismo nas forças armadas. No atual
sistema americano, que prioriza a
promoção mundial da ideologia homossexual, o
capitalismo é apenas uma máquina que sustenta essa causa imunda e injusta. Ao
contrário do socialismo, que é uma ideologia que exige controle ditatorial de
todas as áreas, o capitalismo não é uma ideologia. É apenas um sistema
econômico que, em mãos cristãs, vira bênção para a sociedade. Em mãos
socialistas, vira parceiro e colaborador de uma ideologia satânica. É tal qual
uma faca, que pode ser usada para cortar alimentos na cozinha ou matar um ser
humano. O capitalismo em si não é redentor nem abençoador. Quem o usa, como
demonstrou Calvino, define se será bênção ou maldição. O conservador cristão,
até onde lhe for possível, precisa resgatar e defender a visão de Calvino e dos
Peregrinos americanos sobre o capitalismo de fundamentos judaico-cristãos.
O
conservadorismo evangélico tem compromisso com a defesa de Israel,
especialmente o direito exclusivo dos judeus à Terra Prometida.
Embora seja imprudente abraçar um ultranacionalismo em detrimento de valores
pró-vida e pró-família, a defesa de Israel não tem nada a ver com ultranacionalismo.
Israel, que é um pequeno país cercado por inimigos hostis no Oriente Médio e em
todo o mundo, tem uma aliança eterna com Deus. A maioria dos judeus, que não
conhece Jesus e sua salvação, está perdida. Mas a aliança de Deus com Israel,
principalmente no que se refere à posse exclusiva da Terra Prometida aos
judeus, é eterna. Os que abraçam o ultranacionalismo americano como se fosse
autêntico conservadorismo ignoram o fato de que na Palavra de Deus não existe
nenhuma aliança de Deus com os EUA. Essa aliança existe somente com Israel.
Alguns evangélicos usam o exemplo de Israel para tentar dar uma posição de
nação escolhida para os EUA, dizendo que os EUA “protegem” Israel. Na verdade,
assim como o Brasil e a Rússia, a
política americana oficial é impor o estabelecimento de dois países (israelense
e árabe palestino) na Terra Prometida. Isso vai
totalmente contra os planos de Deus, que tem castigos especiais para as nações
que dividirem a Terra Prometida. No atual cenário, todas as nações, inimigas e
supostas amigas de Israel, querem essa divisão. Mesmo quando os EUA ajudam
financeiramente Israel, não é um gesto de apoio exclusivo. Recentemente, o
Congresso dos EUA, sob maior controle republicano, aprovou uma doação de 300
milhões de dólares para Israel. Ao mesmo tempo, aprovou
mais de 1 bilhão de dólares para terroristas islâmicos
que estão estuprando, torturando e matando cristãos na Síria. Documento
do NGO Monitor de 2014 registra que os governos dos
EUA, Inglaterra e Holanda (que já tiveram maiorias evangélicas
significativamente calvinistas) estão financiando organizações palestinas
anti-Israel que trabalham para minar o apoio evangélico mundial a Israel. Além
disso, o Congresso dos EUA também dá dinheiro e armas para nações islâmicas que
odeiam Israel. Os EUA têm assim uma “aliança” com Israel e com os inimigos de
Israel, manobrando tudo e todos conforme seus interesses geopolíticos, bem
diferente da aliança de Deus, que é exclusiva e só com Israel. Portanto, o
conservador evangélico precisa defender essa aliança, que inclui o direito
exclusivo de posse da Terra Prometida para o povo judeu, sem
necessariamente apoiar o aborto, as paradas gays e outras práticas socialistas
no moderno Estado de Israel.
O
conservadorismo evangélico tem compromisso com a defesa do conservadorismo.
O conservador evangélico apoia posturas conservadoras de onde vierem, seja dos
EUA, Vaticano ou Rússia. O Vaticano, especialmente sob o Papa João Paulo II,
foi um excelente exemplo de luta contra as forças pró-aborto na ONU durante o
governo esquerdista de Bill Clinton, que usou toda a força estatal americana
para promover na ONU sua agenda de aborto, feminismo e homossexualismo. Por
amor à causa pró-família, João Paulo II merecia o apoio de todos os
evangélicos. Eu lhe dava esse apoio. Em anos recentes, a Rússia tem se
destacado por promover leis anti-homossexualismo em sua sociedade e por
obstruir na ONU o avanço de leis pró-aborto e pró-homossexualismo vindo da
Europa e EUA. Em escala maior, os EUA hoje seguem o direcionamento imoral que
Margaret Sanger queria impor sobre os EUA no passado, mas foi decisivamente rechaçada
por Anthony Comstock. Só décadas depois da morte dele é que o sonho dela virou
realidade. Portanto, o evangélico conservador precisa seguir o exemplo de
Comstock e ser uma poderosa obstrução para todas as obras e todos os descendentes
ideológicos de Sanger.
Dilemas e desafios evangélicos
Apesar de nossas muitas discordâncias teológicas com o
Vaticano e a Igreja Ortodoxa da Rússia, não deveríamos deixar de apoiar as
posturas morais de ambos quando se alinham ao conservadorismo.
Nosso maior desafio atual na união pró-vida com
católicos não é teológico, pois não queremos ecumenismo. O maior desafio são as
inclinações pró-socialismo
e pró-islamismo
do Papa Francisco.
Mesmo assim, precisamos vencer nossas posturas
teológicas (especialmente a teologia de muitos protestantes que interpreta o
Vaticano como a Grande Babilônia) para nos juntar com líderes católicos e
cristãos ortodoxos na luta pró-família não ecumênica, sem comprometer nossas
convicções bíblicas.
A Igreja Católica, a Igreja Ortodoxa, a Igreja Evangélica e os EUA não são Israel
Eu, por exemplo, por amor à luta contra o aborto e a
agenda gay frequentemente desconsidero as posturas anti-Israel de outros
cristãos. Tanto as igrejas da Reforma quanto a Igreja Ortodoxa da Rússia
herdaram da Igreja Católica a visão antibíblica de que a Igreja substituiu
Israel, inclusive no direito exclusivo à Terra Prometida que Deus deu aos
judeus. Na teologia católica, a Igreja Católica substituiu Israel, e o Vaticano
tem buscado impedir os judeus de terem Jerusalém como capital de Israel. Na
teologia ortodoxa, a Igreja Ortodoxa substituiu Israel. E na teologia
protestante histórica, a igrejas da Reforma substituíram Israel. Todas querendo
para si exclusividade e excepcionalidade, uma pretensão teológica que, devido à
forte influência calvinista na fundação dos EUA, acabou se transformando em
pretensão política e militar, fazendo predominar uma visão de que os EUA são
exclusivos e excepcionais no que são e fazem, especialmente em intervenções
militares, como se tivessem ganho de Deus o direito de serem uma versão futurista
do Israel antigo. É uma versão patentemente desautorizada pela Palavra de Deus.
Todas essas visões entram em choque com o verdadeiro
conservadorismo evangélico e, acima de tudo, com a Bíblia.
No caso dos EUA, há muito tempo seu governo vem se distanciando
de suas origens obviamente evangélicas, não seguindo hoje nenhum direcionamento
calvinista ou protestante, mas a ideia de exclusividade e excepcionalidade
permanece, ainda que totalmente corrompida.
No caso de Israel, por amor à causa pró-vida eu me
alio a protestantes, católicos e ortodoxos cujas teologias são contra o direito
exclusivo dos judeus à Terra Prometida, privilegiando muitas vezes a causa
palestina, que é claramente terrorista. Espero deles pelo menos que não usem o
movimento conservador e pró-vida como plataforma para promover essa teologia
anti-judaica. Se o fizerem, minha responsabilidade como conservador evangélico
é defender o direito exclusivo dos judeus à Terra Prometida.
Ativismo conservador evangélico diante do epicentro mundial do anticonservadorismo
Apesar de nosso alinhamento natural ao nosso ‘berço’
protestante nos EUA, não deveríamos ignorar o atual direcionamento imoral que
guia o governo dessa nação, inclusive como o
principal promotor da agenda provocadora da ditadura homossexual.
O católico tradicionalista Pat
Buchanan diz que hoje os EUA são o epicentro mundial do
anticonservadorismo. Ele sabe exatamente do que está falando: ele era assessor
especial de Ronald Reagan, o presidente mais conservador da história americana
dos últimos 50 anos.
Para nós, evangélicos, não dá para imaginar os EUA,
outrora a maior nação evangélica do mundo, como o “epicentro mundial do
anticonservadorismo.” Parece um pesadelo. Mas
a realidade leva diretamente nessa direção infeliz.
Essa realidade dói muito em nós evangélicos, especialmente porque vem
comprovada pelo testemunho de grandes denominações protestantes americanas,
como a Igreja Presbiteriana dos EUA, que abraçaram
o “casamento” homossexual, o
aborto, o infanticídio e posturas
antibíblicas contra Israel.
O ponto positivo é que, pelo fato de que os EUA hoje
são o epicentro mundial do anticonservadorismo e a maior plataforma da Nova
Ordem Mundial, os redutos evangélicos de resistência ali são os mais
experientes. Meu amigo Rev. Scott Lively, autor do livro “The Pink Swastika,”
diz que a situação nos EUA
é irreversível, especialmente no que se refere ao avanço da ditadura
homossexual. Mas ele reconhece que a experiência dos redutos
conservadores evangélicos americanos (que não devem ser confundidos com o
Partido Republicano, que não representa os verdadeiros interesses
conservadores) pode ser de grande utilidade para outras nações. No caso de
Lively, suas
muitas viagens e palestras na Rússia foram fundamentais para inspirar o povo e o
governo russo a adotar leis para proteger crianças e adolescentes contra a
propaganda homossexual.
Rev. Scott Lively |
Ativismo conservador evangélico diante da ameaça da ideologia islâmica
O evangélico conservador não pode ignorar também os
problemas em escala maior em seu ‘berço’ evangélico, especialmente as
intervenções militares dos EUA que têm deixado
um rastro de perseguição aos cristãos ao facilitarem
a expansão do islamismo. Se ele nunca ignorou os
crimes da Inquisição
católica, por que fazer vista grossa aos problemas atuais em
seu maior quintal protestante? Dentro de suas possibilidades, o conservadorismo
evangélico internacional deveria encorajar os redutos de resistência evangélica
nos EUA a se engajarem num ativismo contra essas intervenções cobrando do
governo dos EUA todo rastro e facilitamento de perseguição islâmica aos
cristãos.
Os conservadores evangélicos internacionais precisam
encorajar os evangélicos dos EUA a lutar por mudanças espirituais, sociais e
políticas nos EUA, que se tornaram o maior promotor da propaganda
enganosa do islamismo como “religião de paz.”
Na verdade, o islamismo é, de longe, a
maior fonte de perseguição e martírio de cristãos
no mundo inteiro. A chocante realidade de que uma potência cheia de evangélicos
é facilitadora de massacres de cristãos efetuados por islâmicos deveria ser motivo
de preocupação permanente entre os conservadores evangélicos do mundo inteiro.
Devido à absoluta prioridade da ameaça islâmica, os
conservadores internacionais precisam combater a propaganda mentirosa do
islamismo como “religião de paz” e estimular uma aliança (Israel, EUA, Rússia e
Europa) contra a ideologia islâmica, especialmente da Arábia Saudita, Turquia,
Irã e Paquistão.
Os crimes do ISIS e outras organizações muçulmanas
terroristas anticristãs e anti-Israel precisam ser denunciados, condenados e
combatidos. E a Turquia precisa ser pressionada, inclusive por meio de embargos
e boicotes, a assumir responsabilidade pelo genocídio armênio (1915-1917), no
qual centenas de milhares de cristãos armênios foram covardemente massacrados por
assassinos islâmicos do governo turco, que hoje tem a obrigação de reconhecer
seus crimes e indenizar o povo armênio.
Onde estão os Comstocks e os Finneys?
Além da preocupação essencial com a ameaça da
ideologia islâmica, as questões pró-vida e pró-família também são prioridade.
Com as ideias de aborto, feminismo, socialismo e
contracepção de Margaret Sanger predominando hoje no governo dos EUA e usando-o
como poderosa plataforma para se espalhar pelo mundo inteiro, especialmente
conforme as
diretrizes do NSSM 200, o evangélico conservador
precisa assumir o legado de Anthony Comstock. Só o ativismo conservador desse
homem deteve, na geração dele, o ativismo pervertido de Sanger.
Há muitas Sangers em nossa geração. Onde estão os
Comstocks? Onde estão também os Finneys com um ativismo social e político cheio
do Espírito Santo?
Fonte:
www.juliosevero.com
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