Por Thiago Azevedo
No livro de levítico é observado a pessoa do sacerdote legislando acerca de vários assuntos. O sacerdote era quem resolvia problemas desde litígios entre pessoas, questões financeiras indenizatórias e purificação de pecados. O sacerdote também observava e tinha poder para avaliar acerca da lepra. Uma doença que corroia a carne humana levando a necrose o membro ou parte do corpo afetada. Tinha que ser tratada realmente de forma séria e excludente Lv 13.4. A lepra era de fato uma doença com a face maligna. Porém não se pode dizer que ao ser colocado em local reservado o leproso estava sendo de fato tratado com discriminação, por sinal, discriminação trata-se de um conceito atual que nem se quer naquele tempo existia, e sendo assim, não se pode aderir um conceito atual e lançá-lo na hermenêutica bíblica. Pois isso seria nada mais nada menos que uma anacronia. A atitude de isolamento se dava muito mais por uma preservação familiar a riscos de exposição àquela doença, bem como, os integrantes da comunidade do enfermo. Assim, percebesse um cuidado com o coletivo para que este não fosse exposto a tamanho mal. Vale salientar que a atitude de isolamento era uma decisão que percorria as vias de uma mão dupla, tanto o sacerdote como os enfermos decidiam visando o bem estar da comunidade e a isenção coletiva de um mal maior.
O Sacerdote avaliava a situação do leproso (progresso ou estagnação da doença Lv. 13.5) e de acordo com a avaliação clínica este era reintegrado na comunidade, ou medidas mais contundentes teria que ser tomadas. O liberalismo teológico é a lepra contemporânea e deve ser tratada com o mesmo rigor de outrora, pois possui o mesmo poder de destruição sendo que munido de um sistema, a priori, assintomático.
Introdução
A relação que se enxerga entre a lepra e o liberalismo teológico percorre os caminhos da similaridade. Ou seja, a lepra promovia o mau funcionamento do corpo, o liberalismo teológico também (corpo de cristo). A lepra necrosava e tornava sem vida o local afetado, o liberalismo teológico também (Contemple o rastro deste). Em estado avançado a lepra levaria em pouco tempo o enfermo à morte, de igual modo ocorre com o liberalismo teológico (Que o diga o ambiente cristão europeu). Tudo isso requer uma percepção aguçada dos “sacerdotes contemporâneos” a tratar o mal de forma acachapante e cautelosa como fizeram os da linhagem sacerdotal primitiva.
O liberalismo teológico é a lepra contemporânea
A lepra não era incurável, se bem que alguns casos sim. Algumas situações ou alguns enfermos encontravam êxito em sua labuta sendo alcançados pela cura. E a avaliação desta cura ficava sob os auspícios sacerdotais. Porém, quando a lepra se qualificava como incurável, atitudes drásticas e contundentes eram de fato tomadas. Por exemplo, se a doença, (algumas traduções trazem a expressão MOFO enquanto no original a palavra é TSARÁ = LEPRA. Posteriormente a junção da palavra pecado HATTA’T com a palavra lepra TSARÁ deu-se a palavra TSARA’AT = lepra maligna ou lepra de pecado), se espalhou na roupa, esta era submetida a vários ritos de lavagem e não tendo resultado, a queima desta peça de vestuário era o mais viável Lv. 13: 47-59. De forma semelhante, no sentido de avaliação, a pessoa enferma era averiguada, se não apresentasse melhoras era colocada em um local reservado Lv. 13: 45-46. Mas esta atitude não é severa demais? É preciso que se saiba que esta atitude era mais por prevenir a comunidade e à família do enfermo de um possível contágio e não por chacota ou coisa parecida. Era de fato um mal necessário e um mal maior. A doença em metástase tinha que ser de fato tratada com seriedade. A doença seria responsável por um processo de mutilação natural dos membros da pessoa afetada até chegar às vias de fato (morte). Este seria um mal individual que se não fosse observado de forma excludente toda a comunidade juntamente com a família do enfermo seria acometida por tamanho mal e ao invés de um morreriam todos.
A lepra também se espalhava por paredes das casas e a observação sacerdotal nestes casos percorria o mesmo víeis dos casos mencionados alhures. Ou seja, averiguação e diagnostico. Se nesta avaliação fosse constatada a doença maligna e posteriormente seu progresso em uma espécie de metástase, a atitude a ser tomada era derribar a referida casa, queimar os entulhos, limpar bem o terreno e levar para fora da cidade seus escombros Lv. 14: 44-45. Aqui se tem uma ideia de recomeço. Pois a destruição requereria uma reconstrução. Haja vista, que a família que outrora morava na casa derribada precisaria de uma nova moradia. Aqui é onde entra a ideia central deste texto e o cuidado severo que se deve aplicar a lepra contemporânea denominada liberalismo teológico. O liberalismo teológico pode muito bem ser comparado com a lepra de levítico. Pois, as mesmas possuem efeitos devastadores. Ou seja, ambos prejudicam o funcionamento do corpo, mutilam, apodrecem, envergonham e por fim levam à morte.
Alguns cristãos contemporâneos foram acometidos por tamanho mal, e poderia mencioná-los, mas não convém. Foram deliberadamente expostos ao perigo do contágio e não tiveram o cuidado necessário, não procuraram isolar-se do mal, não averiguaram o progresso da mácula, não livraram às suas comunidades do perigo. E na atualidade a lepra (liberalismo teológico) se instalou e se espalhou numa potente e arrasadora metástase. A metástase contemporânea é bem mais grave do que à antiga, pois o próprio leproso se auto denunciava Mc. 1:41, no texto mencionado o leproso procura a Cristo em busca de ajuda. O sacerdote era esta pessoa no antigo testamento, era ele quem podia socorrer o leproso e rogar a Deus que o curasse. Bem como o profeta. A cura da lepra era vista como um milagre e um ato exclusivamente de Deus. O processo de uma possível cura não era a curto prazo e por isso o leproso era colocado em local reservado numa espécie de proteção aos demais. Assim como o leproso da citação anterior, agiu Naamã em 2º Rs 5 quando procurou o rei de Israel na pessoa de Jorão, e este repassando para Eliseu o problema 2° Rs 5:7-8. Os leprosos destes tempos reconheciam seus estados de podridão e impureza (humildade) e buscavam ajuda. Na atualidade, os leproliberais (soberbos) não reconhecem a inerência do problema em suas carnes, não vêem a necessidade de buscar uma cura e agem assim em zelo a um possível status quo. Mas há também algo interessante no texto mencionado, Jorão o rei de Israel nesta ocasião se desespera ao receber a carta do rei da Síria recomendando a cura de seu oficial v. 7, Jorão sabe que algo desta magnitude só sendo obra de Deus. É com esta percepção que a metástase contemporânea lepral denominada liberalismo teológico deve ser combatida e tratada. Infelizmente alguns líderes têm se dedicado a horas de estudos, porém se esquecem de uma busca espiritual. Acreditam que podem refrear ou combater o liberalismo teológico e quaisquer outros males só com livros e com horas de leitura sem o apoio e obra divina. Academicismo e piedade, tudo isso deve fazer parte de um pacote fechado em paralelo ao entendimento que Deus é quem muda e atua na mente do homem por meio de instrumentos que são seus servos.
Então, qual seria a sequela de um leproso que rejeitasse o isolamento terapêutico na antiguidade? Não só morrer, mas também contaminar e matar!! É justamente esta a função do liberalismo teológico na atualidade, que o diga toda Europa e o E.U.A e seus grandes centros acadêmicos de origem cristã, como Havard, Oxford, massachussets, Princeton e Yale etc. Este mesmo panorama contemporâneo é visto nas igrejas e seminários onde cada vez mais a metástase contemporânea tem se enraizado.
Qual seria a solução? Ao ser constatado o diagnóstico, se deve percorrer os mesmos caminhos que o sacerdote fazia quando havia lepra na casa, pôr fim e possivelmente reerguer. Estas foram às palavras do Reverendo Augusto Nicodemos em um congresso jovem quando indagado. Na ocasião o Rev. Augusto mencionou a importância de se averiguar primeiro um possível tratamento dentro da própria instituição, mas se esta possibilidade for inacessível à solução seria por fim e recomeçar. Na ocasião, menciona o Richard Albert Mohler, Jr presidente do Seminário Teológico Batista do Sul em Louisville , Kentucky. Que após um trabalho árduo de averiguação e de investigação reverteu os víeis liberais percorridos pela denominação. Exemplo a ser seguido
Doravante assegurasse que com toda convicção, e sem resquícios de duvidas, o liberalismo teológico seja com toda convicção muito pior em todos os sentidos do que a lepra da antiguidade. A metástase lepral contemporânea (liberalismo teológico) é de fato mais contundente que a metástase lepral antiga (enfermidade). Isso se dá pela evidência superficial inerente à lepra da antiguidade, como ferida, escorrimento, mau cheiro etc., Evidências externas. A metástase lepral contemporânea (liberalismo teológico) não possui evidencias externas, é um mal que possui um conjunto assintomático que o camufla. Quando vem ser percebido ou notado já está em avançado estado de putrefação e de necroses múltiplas bem perto da morte. Porém, é necessário que se compreenda algo. Não existe nada que possa fugir do controle divino, Deus sabe de tudo de forma antecipada por meio de seu atributo incomunicável denominado onisciência. No livro de Levitico há uma passagem que é muito intrigante Lv. 14:33-34 Deus alerta a Moises e Aarão quanto a lepra colocada pelo próprio Deus nas casas. Posteriormente Deus dá as orientações que devem ser tomadas.
É muito pensar que o próprio Deus coloque na mente de pessoas o liberalismo teológico afim de mais cristãos como os bereanos se levantem?
É impossível responder esta pergunta sem as lentes do êxodo israelita quando o próprio Deus endurece o coração de faraó de forma estratégica e em prol do engrandecimento de seu nome. Com a propagação liberal os cristãos, ao menos aqueles que indiciam os aspectos da eleição nas suas vidas, se sentem mais que incomodados e impelidos a buscarem o preparo acadêmico em paralelo com uma vida piedosa. Com isso pessoas acomodadas na fé despertariam impulsionadas a estudarem e a defender a fé com razão. Com isso o surgimento de pessoas mais preparadas na liderança de ministérios e com isso pastores íntegros com o compromisso de sola escriptura extinguiria os preguiçosos e medíocres do serviço cristão e com isso tornaria o ambiente desfavorável à metástase lepral contemporânea chamada liberalismo teológico. Estaria, portanto bem próximo de uma erradicação deste mal no meio cristão. Entende-se afinal, que Deus pode sim realizar estas coisas com o intuito do despertar apologético nos “sacerdotes contemporâneos”. E estes prevenirem, diagnosticarem e excluírem se realmente for necessário e existente alguma chaga no corpo de cristo em prol que não se alastre nem crie raízes. Ou até, em atitude mais drástica, de derribar, queimar e pôr fim na estrutura alcançada pela metástase contemporânea chamada liberalismo teológico.
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Sobre o autor: Thiago Azevedo é Casado com Mercia Litian a 7 anos - Membro da 2º Igreja Batista em Casa Amarela Recife PE há 12 anos - Formado em Teologia pelo Seminário Teológico Pentescostal do Nordeste - Formando em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo Polo Recife - Graduando em Filosofia pela UNICAP Universidade Católica de Pernambuco. Área de pesquisa - Simples estudante dos idiomas bíblicos
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