Federação muçulmana diz que há 1 milhão de adeptos no Brasil

Todos sábados dois ou três brasileiros se convertem ao Islã em Mesquita de SP

Federação muçulmana diz que há 1 milhão de adeptos no Brasil

O número de brasileiros que se convertem ao Islã tem crescido, o Censo 2010 do IBGE apontava que cerca de 30 mil muçulmanos viviam no país, porém para a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras) o número correto seria de 600 mil fiéis em 2010 para 800 mil ou 1,2 milhão de fiéis em 2015.

Segundo o sheik Rodrigo Rodrigues que conduz as orações em uma mesquita no Centro de São Paulo todos os sábados há novos convertidos. “Acho que todo sábado duas ou três pessoas se convertem aqui. Nós não registramos, porque acreditamos que a conversão é pessoal e espontânea”, disse à BBC Brasil.

Para a reportagem o religioso afirmou que muitos brasileiros buscam pela mesquita para tirar dúvidas em relação aos conflitos envolvendo muçulmanos radicais que são noticiados pela imprensa.

“Elas querem saber o que é o islã, quem era Bin Laden, o que é Charlie Hebdo (revista francesa que, em janeiro, teve vários funcionários assassinados em ataque extremista). E quando leem algo sobre o islamismo e escutam os muçulmanos, pensam ‘pô, não é nada disso que eu imaginava. E acabam se convertendo'”, diz Rodrigues.

Outros fatores que aumentam os números de muçulmanos no país é a vinda de imigrantes de origem muçulmana como sírios, libaneses, nigerianos e ganenses. Somado a isso está o romance de brasileiras com esses estrangeiros.

A BBC ouviu duas brasileiras que se relacionavam com muçulmanos e resolveram conhecer a religião. Uma delas, a mineira Sonia Aparecida de Oliveira, de 54 anos, foi à mesquita no dia de seu casamento com o sírio Jassi Mohammad, que chegou no país há três meses.

Eles se conheceram pela internet e começaram a namorar. “Recentemente, por causa da guerra, ele decidiu vir para o Brasil. Só acreditei quando ele me mostrou a passagem e o passaporte”. Jamil afirmou “ter perdido um pouco a fé” por conta dos conflitos em seu país, mas fez questão de ter um casamento religioso e a brasileira aceitou.

“Eles são tão humanos, né. Tivemos um tratamento maravilhoso aqui, eu não esperava”, disse Sônia que não pretende se converter.
Jovem pesquisa religião na internet e se converte

A BBC também ouviu a história do estudante de ciências contábeis Antonio Ali, de 29 anos, que se tornou muçulmano há um ano e meio depois de pesquisar os problemas políticos do Oriente Médio e conversar com moradores de outros países.

“Eles eram o contrário daquilo que eu esperava. Eu achava que seriam extremistas e radicais, mas eram pessoas extremamente simpáticas e muito educadas. E o que todas elas tinham em comum era a religião, mesmo sendo de regiões muito diferentes. Elas tinham a preocupação de fazer algo correto.”

O jovem então resolveu se aprofundar nos estudos e fez o download do Alcorão, se tornando muçulmano após iniciar a leitura do livro sagrado do Islã.

“Eu não tinha ideia como era o islã no Brasil. Mas nós, muçulmanos, temos obrigações, como fazer a oração de sexta-feira na mesquita. Aí procurei na internet e encontrei a mesquita do Brás. Depois fui conhecendo outras”, relatou o jovem.

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