por Jarbas Aragão
Charlie: Possessão demoníaca ou brincadeira?
Assim como muitas “lendas urbanas”, a brincadeira “Desafio Charlie, Charlie” começou a se espalhar por todo mundo via redes sociais. Em poucos dias, o assunto já gerava polêmicas em diversos países.
A ideia de “invocar espíritos” através de jogos é antiga. Anos atrás havia o chamado “jogo do copo”, na Europa e nos EUA é conhecido como o tabuleiro de Ouija. Basicamente todos tentam explorar o mesmo princípio de que existem espíritos de pessoas mortas ao nosso redor e podemos nos comunicar com eles.
Contudo, mais que uma versão para o Charlie surgiu. Circulam na internet centenas de vídeo que mostram como funcionaria a invocação. Um lápis ou caneta é cruzado sobre outro e as palavras “sim” e “não” escritas no papel que fica por baixo em forma de cruz. Faz-se perguntas ao “espírito” e a caneta ou lápis cairia sobre a resposta. O espírito que atende pelo nome de Charlie seria o de uma criança mexicana falecida em situação trágica.
Charlie é personagem de um filme de terror?
Rapidamente apareceu a versão que tudo não seria mais que um viral falso, usado para promover o lançamento do filme de terror ‘A Forca‘ (The Gallows). Como era produzido por Jason Blum, famoso pela série de longas ‘Atividade Paranormal’ e ‘Sobrenatural’, que usavam filmagens amadoras na intenção de mostrar aquilo como algo verdadeiro.
No filme da Warner Bros., o início mostra a morte do jovem protagonista, Charlie num acidente durante o ensaio de uma peça de escola. Vinte anos depois seu espírito volta para aterrorizar a todos.
Surgiram explicações mais “científicas” como as que alegam que a vibração da voz de quem faz as perguntas é o suficiente para mover a caneta que já está em desiquilíbrio. Ou seja, é física pura que a gravidade eventualmente atrairá a ponta de uma das canetas para baixo.
A rede de TV inglesa BBC fez uma investigação sobre a origem da brincadeira e mostra que, ao contrário do vem sendo divulgado, não é uma brincadeira tradicional do México, mas pode ser vista como uma versão moderna do “jogo da lapiseira” que existe há séculos na Espanha.
Charlie nas escolas
Seja como for, a brincadeira foi levada a sério em muitas escolas do Brasil. Há diferentes relatos de crianças que passaram mal após jogarem e algumas pareciam “possuídas”.
No Amazonas, a TV local mostrou que alunos da Escola Estadual José Carlos Mestrinho, em Manaus, fizeram o jogo no horário do intervalo. Vídeos postados na internet mostram outros alunos da escola passando mal. “Ela estava se delirando, não falando coisa com coisa, falando que não era para deixar ninguém levá-la”, relata uma aluna. Em outros países, a brincadeira foi proibida nas escolas.
Charlie é um demônio
A coisa ficou mais séria quando um padre-exorcista do Vaticano resolveu fazer um alerta contra a invocação. O sacerdote católico espanhol José Antonio Fortea, falou ao jornal britânico The Mirror que espíritos realmente podem aparecer se invocados, mas que “ninguém vai gostar do que vier em seguida”.
“As pessoas realmente podem sofrer as piores consequências por causa desses demônios”, alerta. Além de acreditar que espíritos do mal estejam por trás do “jogo”, afirma que não é impossível que se aproveitem disso e hajam possessões.
Até o momento, nenhum pastor brasileiro de renome veio a público se manifestar sobre o assunto. Para quem acha que é só mais uma “bobagem” da internet, o jornal Washington Post fez um levantamento mostrando que os vídeos da brincadeira são os mais compartilhados pelo aplicativo Vine na última semana.
No Twitter, o termo #CharlieCharlieChallenge foi utilizado mais de 1,6 milhões de vezes em um único dia. Mais pessoas estão pesquisando por “Charlie Charlie” no Google do que praticamente qualquer outra notícia.
O diabo vai usar essa armadilha
O pastor Fernando Betancourt, na República Dominicana afirma que o verdadeiro nome do jogo é “O Mensageiro do Diabo”. Para ele, os cristãos não deveriam se envolver nessa prática, pois pode abrir uma “porta para Satanás”.
Esta semana, o pastor Douglas Guimarães publicou um vídeo na internet sobre o assunto. Para ele, a Bíblia condena esse tipo de invocação. “O diabo vai usar essa armadilha”, alerta. Sugere que ao invés de ficarem brincando de invocar espíritos, os jovens devem ler a Bíblia.
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